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Vamos falar de "fake news"​?

Anelisa Maradei
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Vamos falar de

Em meio ao crescimento vertiginoso do número de usuários de redes sociais, o debate de temas relevantes relativos à opinião pública parece ser conduzido a um universo paralelo. As plataformas digitais produzem, por meio de seus algoritmos, discursos polarizados e restringem os interesses dos usuários, aprisionando-os em bolhas. Vivemos tempos de desinformação.
Fala-se genericamente em “fake news”, mas em estudo de Wardle e Derakhshan (2017) “Information Disorder” do Council of Europe Report 2017 há uma classificação que me parece mais consistente. A proposta é a seguinte:

1. Misinformation – informação falsa compartilhada sem a intenção de prejudicar;
2. Desinformation – informação falsa compartilhada com a intenção de prejudicar;
3. Malinformation – informação genuína compartilhada para causar prejuízo, como acontece nos processos de vazamento de informação.

Há, hoje, um excesso de informação que nos atordoa. A guerra de informação faz vítimas reais e assedia direitos fundamentais. Ameaça a saúde pública, a democracia, as organizações. Segundo dados divulgados pelo MIT, Massachusetts Institute of Technology, a probabilidade de notícias falsas serem compartilhadas é 70% maior do que verdadeiras e para atingir 1.500 pessoas notícias verdadeiras levam seis vezes mais tempo que as falsas.
A própria imprensa já se deu conta de sua responsabilidade na disseminação desse fenômeno. Frases atraentes e manchetes bizarras para fisgar a atenção, atrair a curiosidade e fazer com que as pessoas cliquem em um link têm levado a prejuízos no processo informacional.
Há, entretanto, algumas medidas que podem auxiliar os impactos desse fenômeno:

1. Capacitar os públicos: processos de educação midiática, para que os indivíduos identifiquem a desinformação: treinamentos executivos, em escolas, agências de fact-checking etc.;
2. Campanhas que motivem os cidadãos a relatar casos de fake news, especialmente às agências de fack-checking, que fazem um trabalho de desconstrução de notícias falsas;
3. Ampliação do patrocínio ao jornalismo sério e cancelamento de investimentos em publicidade a conteúdos falsos;
4. Quando vítima de fake news, empresas, políticos, cidadãos devem se posicionar rapidamente;
5. Antes de compartilhar uma notícia, pensar, refletir, conferir, pois você pode estar contribuindo para esse processo.

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